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13 de Novembro de 2024
SINDICAR PROMOVE PALESTRA COM ESPECIALISTA TRABALHISTA
Texto e Fotos: Mara Steffens/O Correspondente
Na noite de quarta-feira (13), no salão de eventos do Treville Hotel, o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Carazinho e Região – Sindicar promoveu para os associados uma palestra com Ariel Vanquisher, advogado empresarial, mentor de negócios, empresário e mestre de Direito. A partir do tema “Aumento de Produtividade com Economia na Folha de Pagamento”, o profissional que também presta consutoria para empresas do setor de transporte e logística na região de Chapecó-SC esclareceu dúvidas dos empresários carazinhenses.
Para Vanquisher o primeiro passo é conhecer “a regra do jogo”, ou seja, legislação. “É preciso conhecer bem o direito do trabalho para saber como fazer. Dentro destas regras temos muitas oportunidade em que podemos deixar de fazer apenas controle de jornada e fazer gestão da jornada. Deixar de apenas emitir a folha de pagamento e fazer a gestão dos custos desta folha, dos encargos e aí sim pagarmos de maneira a estimular a produtividade e reduzir os encargos trabalhistas. E quando eu tenho esse bimônio (aumento de produtividade e redução de encargos trabalhistas) os dois lados ganham, porque o empregado pode ser melhor pago pelo que faz e a empresa pode ter um impacto de custo reduzido”, salientou.
Por outro lado, o palestrante admitiu que não é uma tarefa fácil. “Mas é mais simples do que se imagina. É preciso refletir, pensar e colocar a mão na massa para isso. É possível fácil, mas porque nem todo mundo faz? Primeiro porque existem muitos mitos em relação ao direito do trabalho e da justiça do trabalho, existe aversão do empresariado sobre esta matéria e existe uma indústria de reclamatórias trabalhistas e que sobrevivem disso. Porque orientar certo se posso deixar este “inço” crescer na minha roça e depois receber para eliminar ele? Então trabalhamos forte com especialização e educação”, exemplificou.
Neste sentido, Vanquisher esclareceu que é preciso saber conduzir este processo na rotina. “Primeiro você precisa ‘vender’ esta ideia. Se você disser que vai mexer na folha de pagamento e na jornada de trabaho dele, ele vai encarar isso com desconfiança. Você precisa mostrar quais vantagens ele terá, ter transparência para ele entender como ele pode ser mais eficiente, como alcançar a remuneração que ele tem, e como pode ganhar mais. Toda mudança de cultura requer tato do chefe de RH. Não é só desligar uma chave e ligar outra e não ter engajamento, comunidade, transparência”, colocou.
A principal dificuldade identificada por Vanquisher em sua rotina de trabalho são os pontos de informalidade em relação aos pactos quanto ao salário no setor de transporte, ou seja, o empresário combina de uma forma com o empregado, mas documenta de outro. “É a primeira grande falha. Comissão, por exemplo. A maioria das empresas pagam, porque não coloca no contrato de trabalho que este pagamento é feito? Porque não ter um regulamento atrelado a produtividade dele e ele vai graduando esta comissão? Ou atrelar gratitificações, premiações ou outros benefícios que repercutam de maneira favorável a ele? Porque não ser 100% transparente? É só porque não quer mudar o hábito de contratar. Quero continuar contratando da mesma maneira de 15 anos atrás porque o motorista está acostumado. Não é ele que está acostumado, mas o empresário”, citou.
Jornada 6x1
Um assunto que tem repercutido bastante é a chamada PEC da Jornada 6x1, proposta da deputada federal de São Paulo, Érika Hilton (PSOL). A ideia é reduzir a jornada de trabalho no Brasil. A PEC já recebeu as assinaturas necessárias na Câmara dos Deputados para seguir tramitando, mas terá de passar por várias comissões internas antes de chegar ao plenário.
Ariel Vanquisher também falou sobre este assunto. “É uma iniciativa populista que ajudará a reeleger vários senadores, deputados e até presidentes que sobrevivem deste populismo e precisam de medidas como estas que enganam quem não sabe fazer conta. Temos estudos que em Portugal, a simples redução da jornada de 44h para 40h semanais trouxe impactos extremamente negativos para a economia e não sobre os empresários, mas para os trabalhadores”, externou, dando outro exemplo. “Mas e os países que adotaram isso? Eles automatizaram postos de trabalho, não criaram novos, e sim reduziram. Outra situação: aumentou a informalidade, ou seja, trabalhadores com direitos trabalhistas sonegados. E mais: repasse do custo para o consumidor. Isso traz inflação, desvalorização da moeda e crise econômica”, ponderou.
Para o advogado, a redução de jornada, no fim das contas, só trará notícia ruim para o trabalhador. “Se a inflação aumenta, se a economia entra em crise, quem sente primeiro é o trabalhador, não o empresário. O Brasil está 30 anos atrasado. Estamos querendo trazer a jornada dos outros países, sem trazer a cultura, a evolução, a automação, a economia sólida e equilibrada. Aí falam, olha a Suécia e a Noruega, eles fazem isso! Mas é isso que que faz eles prósperos, ou eles tornaram a economia sólida e aí partiram para a redução de jornada? Estamos invertendo, colocando o carro na frente dos bois. Qualquer um que sabe somar sabe onde esta conta vai dar: em pobreza, com governos populistas, com um monte de bolsas e auxílios que vão ficar se reelegendo”, concluiu.